O Brasil é atualmente o sexto país do mundo que mais sofre com desastres climáticos, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). Particularmente, tempestades severas e alagamentos eventos vêm ocorrendo com cada vez mais frequência e intensidade, trazendo diversos prejuízos para famílias, poder público e iniciativa privada.
Segundo a Confederação Nacional de Municípios (CNM), as chuvas causaram mais de R$79,3 bilhões em prejuízos no país entre janeiro de 2013 e fevereiro de 2023.
- Deste total, R$48,7 bilhões (61%) ficaram concentrados apenas em 2021, 2022 e nos dois primeiros meses de 2023.
- Nesse perídio, 1.627 municípios brasileiros decretaram situação de emergência ou calamidade devido às chuvas - pelo menos duas vezes cada um.
- O Brasil nunca foi tão afetado por desastres naturais como em 2023. Em janeiro, o litoral paulista foi atingido pelo maior volume de chuvas em 24 horas já registrado na história do país, segundo o Inmet. Já na região Sul, só no mês de setembro foram contabilizados prejuízos superiores a R$1 bilhão.
Como o as mudanças climáticas influenciam esses eventos?
No atual cenário, áreas que tradicionalmente não eram consideradas de risco também estão sendo afetadas. A mudança evidencia uma alteração no padrão dos eventos climáticos e seus efeitos, impulsionada pelo aquecimento global e pelo aumento das populações e atividades econômicas em áreas vulneráveis.
As mudanças climáticas podem agravar o fenômeno El Niño, caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do Pacífico, o que muda o regime de chuvas no Brasil e facilita a formação de tempestades severas.
Isso ocorre, em média, a cada dois a sete anos, mas o aumento da temperatura média do planeta pode fazer com que o El Niño ocorra mais frequentemente – até o fim do século 21, existe inclusive a possibilidade de que ele possa se manifestar todos os anos. Ou seja: um fenômeno até então periódico poderá se transformar em um novo padrão climático.
Como se preparar para um potencial sinistro?
O maior desafio de uma empresa atingida por um evento extremo, direta ou indiretamente, é garantir a continuidade dos negócios e restabelecer a normalidade o mais rápido possível. Como não é possível medir ou prever quando e como um incidente afetará a operação, a preparação adequada pode fazer toda a diferença em momentos de crise.
É preciso considerar que os prejuízos potenciais vão além dos danos a propriedades – e isso exige que as empresas compreendam as fontes diretas e indiretas do risco de inundações. A avaliação de risco deve abranger as operações diretas, toda a cadeia de valor e o ambiente empresarial mais amplo.
O que fazer ANTES:
1. Avalie sua exposição ao risco
Identifique e compreenda as exposições ao risco que possam impactar sua organização – e isso também inclui a previsão de impacto sobre a cadeia de suprimentos e distribuição.
2. Antecipe planos de resposta
Temos experiência em todos os setores e indústrias e podemos apoiá-lo no desenvolvimento de planos de resposta para cenários de incidentes graves.
Plano de resposta a emergências ou incidente: é focado em salvar pessoas (colaboradores ou comunidade), preservar o meio ambiente e proteger o patrimônio da empresa.
Plano de continuidade dos negócios: estabelece mecanismos para manter a operação quando o fluxo de trabalho normal é interrompido e define como operar nessas condições, provisionando os recursos necessários para recuperação de funções críticas após uma inundação.
Plano de resposta à crise: prepara o corpo diretivo para a tomada de decisões estratégicas em caso de eventos de impacto significativo. Seu foco está em eventos com implicações em comunicação, reputação e imagem da empresa.
3. Providencie a manutenção de estruturas e ações de mitigação
A manutenção da propriedade e de sistemas protecionais como para-raios e SPDA (Sistema de Proteção de Descargas Atmosféricas), bem como ações de monitoramento e mitigação, deve ser contínua para não caracterizar agravamento de risco com consequente perda de cobertura na apólice.
4. Revise seu programa de seguros
É vital revisar o programa de seguros de uma empresa ante a ameaça de uma tempestade, inundação ou outro evento climático catastrófico, pois muitos danos dessa natureza não estão cobertos em planos básicos. Analisar a apólice ajuda a entender os riscos e a contratar coberturas e indenizações adequadas, evitando prejuízos financeiros substanciais.
Nossa prática de Consultoria de Risco Estratégico da Marsh Advisory pode ajudá-lo a entender melhor o cenário de risco existente e emergente para tomar decisões mais informadas na formulação de planos, processos e procedimentos para superar eventos adversos.
O que fazer DEPOIS:
A recuperação de uma grande inundação pode ser demorada – e o conhecimento prévio sobre alguns procedimentos facilitará a gestão da ocorrência e a agilidade do processo de sinistro.
1. Comunique a ocorrência à nossa equipe de gerenciamento de sinistros
À medida que os sinistros se tornam mais complexos, ajudamos a criar apresentações estratégicas para resolver os casos eficientemente e evitar custos extras. Contate-nos pelo e-mail aviso.propriedade@marsh.com, incluindo data, hora, local, danos, valor estimado do prejuízo e contato para vistoria e atendimento.
Assim que receber a comunicação, a Marsh dará toda a assistência sobre como proceder durante o processo, solicitando documentos e informações conforme evento reclamado.
2. Registre o evento através de fotos e relatório descritivo
O segurado deve comprovar que perdas e danos foram causados pela inundação. Para isso, é muito importante capturar provas visuais, em forma de registros fotográficos e filmagens, de propriedades danificadas e obstruções de acesso e altura da água em caso de alagamento.
2. Adote medidas emergenciais para minimizar e mitigar prejuízos
Situações extremas dispensam a vistoria da seguradora para comprovação de danos. Portanto, a menos que haja preocupações de segurança, após os registros iniciais o segurado deve adotar medidas emergenciais capazes de minimizar e mitigar os prejuízos, viabilizando sobretudo a retomada dos negócios.
3. Identifique os problemas e estabeleça protocolos de comunicação imediata
Mantenha registros detalhados de todas as interações com seguradoras, documente ordens de autoridades e interrupções de serviço, como cortes de energia. Crie um documento de rastreamento de solicitação de informações — também conhecido como RFI — para gerenciar solicitações das equipes de ajuste das seguradoras.
Fornecemos uma abordagem colaborativa de gerenciamento de riscos que pode ajudar a proporcionar tranquilidade e vantagem competitiva, da análise de risco à gestão do sinistro.