Adaptação ao risco
Os parques eólicos offshore de fundação fixa foram construídos em escala desde a virada do século. Com o passar do tempo, os riscos passaram a ser amplamente compreendidos e o mercado segurador começou a mostrar sinais de maturidade em sua abordagem quanto à cobertura de suas apólices e alocação dos riscos dos projetos. Ao entender no detalhe os custos de sinistros, as seguradoras estão, portanto, bem atentas em questões como atrasos nas atividades de manutenção devido às condições climáticas adversas, indisponibilidade de embarcações offshore especializadas e adequado preparo das tripulações, evolução contínua da tecnologia, cadeias de suprimentos, exposições quanto à catástrofe natural e mercados emergentes. Infelizmente, algumas das ocorrências de sinistro mais comuns que persistiram - especialmente no que diz respeito a cabos submarinos - continuam revelando problemas de fabricação e perdas relacionadas à instalação dos mesmos.
Esses riscos também afetam as turbinas flutuantes e têm potencial para serem amplificados. Por exemplo, turbinas mais distantes da costa podem exigir tempos de reboque mais longos de volta ao porto quando são necessários reparos. A percepção das seguradoras acerca de “equipamentos testados e aprovados” varia, e áreas cinzentas permanecem em torno da cobertura para danos materiais consequentes de componentes defeituosos. Outro exemplo refere-se ao “risco de interface” – que é a compatibilidade da turbina eólica com a tecnologia de plataforma flutuante utilizada – que pode resultar em incerteza em torno das garantias e garantias de desempenho.
Além disso, as seguradoras levantaram preocupações sobre soluções adequadas de “monitoramento remoto” para os componentes dinâmicos das turbinas – como linhas de ancoragem e cabos submarinos – para garantir que a possibilidade de fadiga de material e a corrosão sejam gerenciadas e que as lições aprendidas sejam levadas em consideração para projetos futuros. A falta de monitoramento remoto pode aumentar exponencialmente os riscos.
Parceiros naturais
As empresas do setor de óleo e gás têm experiência em trabalhar com algumas áreas da cadeia de fornecimento de energia eólica offshore flutuante e, consequentemente, têm uma abordagem madura e padronizada para contratação, alocação de riscos e seguros. Essas empresas podem tirar lições do passado (especialmente no que diz respeito ao monitoramento remoto) e alavancar seus conhecimentos em tecnologia flutuante e estruturas offshore dinâmicas. Ao considerarmos que eles também estão procurando investir em energia renovável como meio de descarbonização de sua operação, não é de surpreender que esse setor de energia tradicional fóssil esteja mostrando um forte interesse em diversificar seu portfólio por meio de parques eólicos offshore flutuantes.
Melhorar a assegurabilidade ajuda no financiamento de projetos
Se um projeto pode demonstrar uma solução de seguro robusta e bem estruturada, é mais fácil para os credores apoiá-lo. Tais soluções podem levar a maiores entradas de capital e, consequentemente, ao crescimento dessa indústria em franca expansão. Para maximizar a disponibilidade de seguro para um parque eólico offshore flutuante, as seguintes ações devem ser consideradas:
- Alinhamento antecipado entre todas as partes interessadas no projeto, incluindo empreiteiros, fornecedores de tecnologia flutuante e parceiros de joint venture. Buscar uma alocação justa de risco no início do processo economizará tempo e dinheiro à medida que o processo de colocação dos seguros começar a ganhar ritmo.
- Avaliação cuidadosa da qualidade e experiência da cadeia de suprimentos. Considere trabalhar com o maior número possível de empreiteiros de “tier one”. As seguradoras avaliarão os empreiteiros com os quais você trabalha, e a experiência e a qualidade do trabalho dos mesmos serão um fator de diferenciação fundamental para o seu projeto.
- Nomeação de um inspetor marítimo na primeira oportunidade. Considere usá-los para participar de seu processo de engenharia desde o início.
- Certifique-se de que um organismo de certificação reconhecido (como DNV ou ClassNK) tenha confirmado que o processo de desenho de projeto está em conformidade com os objetivos de desempenho estabelecidos.
- Engajamento antecipado de consultores de seguros com larga experiência em gerenciamento de risco e pré-seleção de seguradoras para trabalhar em estreita colaboração com sua equipe de projeto. O processo de colocação de seguros precisará ser cuidadosamente gerenciado com um lead time de seis a nove meses para garantir que os riscos sejam definidos e mitigados adequadamente.
Essas ações também são recomendadas para o adequado controle dos custos dos seguros, pois as taxas são geralmente mais agravadas para parques eólicos offshore flutuantes quando comparadas com parques eólicos offshore de fundação fixa (devido aos fatores discutidos acima).
Se você tiver alguma dúvida sobre os riscos de parques eólicos offshore, entre em contato com seu consultor do time de especialidades da Marsh.