A falta de algumas indagações pertinentes, porém, não frequentes no board das grandes companhias do agribusiness está entre uma das principais causas das grandes perdas no setor. Se fizermos um rápido exercício, qual foi a última vez que os seguintes questionamentos foram feitos na sua organização? Em síntese, são os questionamentos que trazem à tona uma diversidade de fatores de ameaças aos negócios. Você já se perguntou, por exemplo, se:
- O seu programa atual de seguros está em linha com as necessidades da empresa e atuais práticas de mercado?
- Ele abrange toda a cadeia produtiva e de comercialização?
- Você domina a sua Matriz de Risco?
- A logística (transporte, armazenagem e etc), o desenvolvimento da biotecnologia e políticas públicas afetam o seu negócio? De que forma?
Esses questionamentos nos mostram uma diversidade de riscos que podem acarretar em perdas financeiras para a sua organização. As ameaças podem ser diversas, por exemplo, riscos decorrentes de questões ambientais, climáticos, fatores relacionados à cadeia de suprimento, variações cambiais, ataques cibernéticos, invasões e destruições de áreas agrícolas, entre outras. É justamente ao fazer este exercício de questionamentos que as empresas se tornam mais preparadas e resilientes.
No recente estudo The Global Risks Report 2018 do World Economic Forum, produzido em parceria com a Marsh & McLennan Companies, foi possível identificar os fatores que mais desafiam hoje a indústria do agribusiness. As ameaças relacionadas ao clima e ao meio ambiente lideraram a lista. A mudança climática está expondo os negócios a novos riscos estratégicos e operacionais, muitas vezes imprevisíveis. Sua manifestação física pode ser de natureza catastrófica e interferir na capacidade de uma organização de fazer negócios a curto, médio e longo prazo.
No caso do Risco de Logística
Não se pode considerar que somente as circunstâncias ambientais e climáticas são as únicas ameaças para o agribusiness. Em outro aspecto, especialmente no Brasil, as cadeias de suprimentos estão cada vez mais complexas e com crescentes vulnerabilidades e riscos de rupturas. Todas as empresas dependem de uma cadeia de suprimentos interconectada com as demais operações. Cadeias de suprimentos resilientes e dinâmicas trazem vantagem competitiva e mantêm a produtividade em alta. Isso exige um ciclo permanente de planejamento, controle e movimentação de suprimentos para atender às demandas do mercado, o seguro das cargas ajuda a mitigar os riscos de perdas decorrentes dessas operações, sobretudo em situações com as quais vivenciamos no ano de 2018
Destacam-se ainda as ameaças Seguráveis e não Seguráveis
O primeiro passo para uma empresa visualizar o seu escopo de ameaças é construir uma matriz de riscos. Essa matriz é uma ferramenta visual que possibilita ao executivo ver rapidamente quais são as principais ameaças e quais são aquelas que lhe demandarão maior atenção, facilitando assim o engajamento da alta direção e maior ênfase e agilidade na implantação de uma cultura de risco. Além disso, é imprescindível o desenvolvimento de um plano de gerenciamento de riscos eficaz. Um plano onde os executivos possam conhecer bem suas principais exposições, ter um plano de ação com a finalidade de mitigar as potenciais ameaças, além de lhes permitir transferir alguns riscos desnecessários à sua carteira e evitar as imprevisibilidades, minimizando assim surpresas quando um evento inesperado ocorrer.
Na esfera judicial não se pode descuidar. As mudanças regulatórias, por exemplo, têm se mostrado cada vez mais incisivas e severas. A legislação ambiental traz muitas obrigatoriedades que transcendem a simples necessidade do conhecimento do risco, responsabilizando as empresas a indenizar e a pagar os danos causados a terceiros, razão pela qual o Seguro de Responsabilidade Civil Ambiental segue com forte demanda.
Diversos mecanismos podem reduzir as ameaças, como o auto seguro, as reservas de crédito e a pulverização do risco pelo mercado. Também existem outros mecanismos de proteção para agricultores e pecuaristas, especificamente dentro da porteira, como o seguro rural, um importante mecanismo para transferência dos riscos decorrentes da agricultura e pecuária na política agrícola do país,
O seu programa de seguros será mais eficaz na medida em que a sua empresa se conscientizar da existência dos seus riscos, sua capacidade de absorvê-los e transferir o que for necessário para o mercado segurador. Cada empresa possui o seu próprio apetite a risco. Algumas são mais agressivas e estão dispostas a correrem mais riscos. Outras são mais conservadoras e optam por evitar certos tipos de riscos, conseguir margens menores, porém, mais previsíveis e perenes. Nesses dois extremos, o ponto chave é realmente conhecer quais são os seus riscos.