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Hidrogênio verde: Brasil abre as portas para a energia do futuro

Elemento químico mais abundante na natureza, o hidrogênio é uma fonte de energia limpa que emite apenas vapor d’água e não deixa resíduos no ar, diferentemente do carvão e do petróleo.
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Elemento químico mais abundante na natureza, o hidrogênio é uma fonte de energia limpa que emite apenas vapor d’água e não deixa resíduos no ar, diferentemente do carvão e do petróleo. É um combustível universal, leve e altamente reativo, que tem sido usado para abastecer carros, dirigíveis e espaçonaves desde o início do século 19. Sua demanda global triplicou a partir de 1975, e atingiu 70 milhões de toneladas por ano em 2018. 

A descarbonização da economia mundial, processo que não pode ser adiado, promete dar mais destaque ao hidrogênio em um futuro próximo. Mas a forma tradicional de obtenção desse elemento não condiz com seu caráter sustentável: o processo emite mais de 2% do total das emissões globais de gás carbônico. Descarbonizar a produção de hidrogênio é, portanto, o ponto-chave para a consagração do gás como o combustível do futuro. 

Tendência já solidificada na Europa, o hidrogênio verde é o produto de uma tecnologia geradora de hidrogênio por meio de uma reação química conhecida como eletrólise. Esse método usa uma corrente elétrica para separar o hidrogênio do oxigênio na água. Se essa eletricidade for obtida a partir de fontes renováveis, como a energia solar e a eólica, o processo se completa sem a emissão de gás carbônico na atmosfera.

O hidrogênio como combustível já é uma realidade em países como Estados Unidos, Rússia, China, França e Alemanha. Outros, como o Japão, estão indo ainda mais longe, e aspiram se tornarem economias de hidrogênio. Em dezembro de 2020, o Chile deu a largada da América Latina e anunciou a meta de em duas décadas figurar entre os três maiores exportadores de hidrogênio verde do planeta, com o produto mais barato entre seus competidores. A Colômbia também quer desenvolver uma indústria do gás, e busca potenciais mercados de exportação.

O Brasil entra nessa onda com a vantagem de ter uma costa privilegiada, incidência de sol durante o ano todo e vento em abundância. O país tem um dos menores custos marginais para geração de energias renováveis, e isso é fundamental para o barateamento do processo de eletrólise. Os investimentos anunciados para construção de usinas produtoras de hidrogênio verde por aqui já somam mais de US$ 22 bilhões, todos concentrados em portos – Pecém, no Ceará, Suape, em Pernambuco, e Açu, Rio de Janeiro.

O mercado também aguarda uma regulamentação para o setor. Nos próximos meses, o governo deve apresentar as diretrizes para o Programa Nacional do Hidrogênio, cuja elaboração foi aprovada em abril pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). São os primeiros grandes passos em direção a um futuro promissor.