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Um ambiente volátil requer decisões de financiamento de risco baseadas em dados

As altas taxas de inflação que afetaram países ao redor do mundo em 2022 levaram a um acerto de contas para muitos líderes empresariais.
Graph inflation volatility

11/07/2023 · 6-minute read

As altas taxas de inflação que afetam os países pelo mundo em 2022 levaram a um ajuste de contas para muitos líderes empresariais. Temendo uma recessão econômica, muitas organizações revisaram suas despesas e agiram no sentido de preservar o capital e proteger suas operações.

Com o crescimento constante das taxas de inflação, os líderes empresariais – especialmente nas regiões que não tinham sofrido aumentos desta magnitude durante décadas – precisaram considerar como os custos mais altos estavam afetando tanto o seu fluxo de caixa quanto a sua capacidade de financiar o risco.

E, embora em muitas partes do mundo, as taxas de inflação estivessem começando a esfriar, ainda havia preocupações quanto a uma recessão potencial em um momento em que as cadeias de abastecimento permanecem frágeis e as organizações ainda se recuperam dos desafios relacionados à COVID-19 e outros riscos. A atual confluência de desafios – ou policrises, como esboçado no Relatório de Riscos Globais deste ano, publicado pelo Fórum Econômico Mundial com o apoio da Marsh & McLennan e de outros parceiros – está fazendo com que as organizações permaneçam na defensiva enquanto buscam proteger suas operações.

Com o aumento dos custos, as empresas optam por reter mais riscos

A inflação sem precedentes levou a um aumento significativo nos custos para as empresas. O Reino Unido, por exemplo, registrou uma taxa de inflação de 11,1% em outubro de 2022, enquanto em junho os EUA registraram um aumento de 9,1% no Índice de Preços ao Consumidor – ambos os maiores em quatro décadas.  Mesmo nações com um histórico de pressões inflacionárias, como os países na América Latina, viram a inflação aumentar significativamente.

A inflação também teve um efeito desigual nas indústrias. Por exemplo, as empresas que fabricam, transportam ou vendem bens de consumo, como produtos alimentícios, foram capazes de repassar alguns custos para o usuário final. Confiantes que a demanda persistiria, elas geralmente tinham menos preocupações quanto ao impacto potencial no fluxo de caixa. Por outro lado, as indústrias que já lidavam com negócios em queda devido à pandemia ou outros fatores enfrentaram custos aumentados que dificultavam a competitividade.

Além de afetar os itens cotidianos necessários para manter as operações em funcionamento, os aumentos excessivos também tornaram mais caras as estratégias de mitigação de riscos. Isso ocorre em um momento em que os preços médios dos seguros comerciais globais continuaram a aumentar, com um aumento de 4% registrado no quarto trimestre de 2022. As conversas com clientes da Marsh em todo o mundo revelaram que muitos aumentaram sua disposição de reter o risco, possivelmente devido a esses custos aumentados.

Os ajustes às estratégias de risco deverão se basear em uma abordagem sólida centrada em dados que ajude os gestores de risco e os conselhos a entender claramente os custos potenciais de uma nova estratégia. Por exemplo, os líderes seniores deverão perguntar quanto custaria uma perda catastrófica hoje, pois eles levam em conta os preços mais altos para substituições e o tempo inoperante potencialmente mais longo devido a dificuldades para garantir suprimentos ou especialistas. Eles também devem considerar quanto de qualquer perda seria coberto pelos atuais programas de seguro. O balanço patrimonial da organização será capaz de absorver as franquias, além das perdas acima da sua cobertura de seguro? Como isso pode afetar os investimentos futuros planejados?

Exercícios de reavaliação críticos

Revisar sua estratégia de risco e seu programa de seguro é um exercício importante, tendo a avaliação como um componente essencial. Considere como a inflação pode ter levado a um aumento nos preços das propriedades e do seu conteúdo. Devido aos custos consideravelmente aumentados de reconstrução e substituição, muitas seguradoras estão exigindo avaliações atualizadas da propriedade para renovar a cobertura. Assim, os gestores de risco deverão considerar a recomendação de um estudo de avaliação em toda a organização.

Mais difícil é avaliar os custos da interrupção do negócio quando se leva em conta o tempo inoperante potencialmente mais longo devido à escassez na oferta e na mão de obra. Uma estrutura orientada por dados pode ajudar a mapear esses custos potenciais para diferentes eventos de perda, posicionando os gestores de risco para que tomem decisões mais fundamentadas sobre a estruturação dos programas de seguro visando otimizar a cobertura para as perdas.

Análises robustas podem ajudar a criar a resiliência necessária

À medida que o cenário econômico continua a mudar, as empresas estão se adaptando às novas realidades e incorporando estratégias de gestão de risco para melhorar a sua resiliência para riscos emergentes e em evolução. Para tanto, é importante trabalhar a partir de uma estrutura orientada por dados para identificar e compreender os riscos atuais e aqueles que podem surgir no curto e longo prazo.

O cenário econômico desafiador levou muitas organizações a analisar as despesas e cortar custos não essenciais. As decisões sobre investimentos, inclusive a compra de soluções de transferência de risco, geralmente exigem mais dados para adesão do conselho.

Um programa de transferência de risco robusto continua sendo crítico para as organizações, em especial durante um período de incerteza. Mas os custos mais altos estão fazendo com que as organizações reconsiderem seus programas de seguro. Muitos clientes indicaram estar explorando a mudança de suas retenções na próxima renovação, com a maior parte deles afirmando que gostaria de reter mais risco. Outros ainda não quantificaram totalmente o seu atual custo de risco.

Isso levanta a questão: As organizações estão baseando suas decisões unicamente no custo da cobertura? Ou elas estão levando em conta a quantidade de risco que podem absorver no seu balanço patrimonial, e se isso pode prejudicar a sua capacidade de responder a uma perda catastrófica e a recuperar-se dela?

Um exercício de otimização do financiamento de risco (RFO) que combine dados e análise com uma revisão qualitativa de seus objetivos de risco pode ajudar na elaboração de um programa de seguro adaptado aos seus riscos enfrentados, seu atual apetite por risco e o custo do seguro. Esta abordagem pode ajudar na compreensão dos custos de diferentes soluções de transferência de risco, incluindo soluções alternativas como programas cativos ou paramétricos. E pode ajudar a se obter uma ideia melhor dos limites e das retenções que se adequam ao seu apetite por risco.

Além de analisar como as atuais operações podem ser afetadas por diferentes crises, os líderes empresariais também deverão observar o efeito potencial de diferentes catástrofes em investimentos atuais ou planejados, e se devem ser feitas mudanças nos programas de seguro para mitigar esses riscos.

Os insights baseados em dados podem ajudar a sua organização a criar um programa de transferência de risco que fortaleça a resiliência. É de extrema importância usar modelos customizados que reflitam seus fatores de risco específicos e objetivos empresariais, em especial quando a inflação continua em fluxo, com seu impacto desigual entre regiões e setores.

À medida que as pressões econômicas mudam, considere revisar seu apetite por risco e determine se os seus programas de transferência de risco deverão ser ajustados para que reflitam melhor o panorama empresarial de hoje. Mesmo quando as taxas de inflação começam a normalizar, o trabalho com um corretor de seguros ou consultor de risco experiente pode ajudar na revisão dos objetivos, e aproveitar os dados internos e externos para compreender melhor como diferentes desafios podem afetar a sua organização.

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